
Os golpes financeiros e emocionais contra idosos estão cada vez mais sofisticados — e, infelizmente, mais frequentes. Com o avanço da tecnologia e a facilidade de comunicação por telefone e aplicativos, criminosos se aproveitam da confiança e da boa-fé de pessoas mais velhas para enganar, extorquir e roubar economias construídas ao longo de toda uma vida.
Mais do que nunca, a informação é a principal forma de proteção. E o apoio da família, amigos e cuidadores é essencial para evitar que situações tristes e traumáticas aconteçam.
Se você tem um parente idoso, ou quer aprender como se proteger, este guia vai te mostrar os golpes mais comuns, os sinais de alerta, como agir e onde buscar ajuda.
Os 10 golpes mais comuns contra idosos
Os criminosos costumam agir de forma semelhante, apenas adaptando suas estratégias. Conhecer as principais modalidades é o primeiro passo para não cair em armadilhas. Veja os golpes mais recorrentes:
1. Golpe do saque no caixa eletrônico
O idoso é abordado por alguém “prestativo” que oferece ajuda para sacar dinheiro ou usar o caixa eletrônico. Durante o processo, o criminoso troca o cartão ou observa a senha digitada.
👉 Como evitar: nunca aceite ajuda de estranhos. Se precisar, solicite apoio de um funcionário identificado do banco.
2. Golpe da maquininha e do falso presente
Golpistas se passam por vendedores oferecendo brindes, perfumes ou chocolates, pedindo “só uma taxa simbólica” no cartão. A cobrança é fraudulenta e de alto valor.
👉 Como evitar: nunca insira seu cartão em maquininhas de desconhecidos.
3. Golpe do falso boleto
Boletos falsos são enviados por e-mail, WhatsApp ou até correio, com logotipos de bancos ou empresas conhecidas. O valor pago vai direto para contas de criminosos.
👉 Como evitar: sempre confira o nome do beneficiário antes de pagar.
4. Golpe do motoboy
O criminoso liga fingindo ser do banco e diz que o cartão foi clonado. Em seguida, envia um “motoboy” para recolher o cartão em casa — que, claro, é usado para saques e compras.
👉 Como evitar: bancos nunca recolhem cartões.
5. Golpe do sequestro de parente
Por telefone, o criminoso finge ter sequestrado um filho ou neto da vítima e exige transferência imediata de dinheiro.
👉 Como evitar: desligue e ligue imediatamente para o familiar em questão.
6. Golpe do empréstimo consignado
Empresas falsas contratam empréstimos em nome do idoso, com desconto direto no benefício do INSS.
👉 Como evitar: verifique regularmente o extrato do INSS e não compartilhe documentos pessoais.
7. Golpe da falsa central telefônica
A vítima recebe uma ligação de supostos atendentes do banco pedindo senha, número do cartão ou instalação de aplicativo.
👉 Como evitar: bancos nunca pedem dados por telefone.
8. Golpe do parente com carro quebrado
Um golpista se passa por um parente (geralmente neto ou sobrinho), diz estar com o carro quebrado e pede dinheiro com urgência.
👉 Como evitar: confirme com familiares antes de enviar qualquer quantia.
9. Golpe do processo judicial falso
O idoso recebe ligação ou mensagem dizendo que tem direito a um valor de indenização, mas precisa pagar taxas ou honorários antecipadamente.
👉 Como evitar: nenhum processo exige pagamento para liberação de valores.
10. Saidinha de banco
Criminosos observam saques e abordam a vítima logo após sair da agência, oferecendo “ajuda” para carregar o dinheiro ou o cartão.
👉 Como evitar: evite movimentar grandes quantias em espécie e desconfie de estranhos próximos.
Esses golpes são perigosos não apenas financeiramente, mas também emocionalmente. E entender os sinais que precedem a tentativa de fraude pode fazer toda a diferença para evitar prejuízos.
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Sinais de alerta para identificar golpes
Muitos golpes começam com pequenas pistas — uma ligação suspeita, uma mensagem insistente, um pedido de urgência. Saber reconhecê-las é fundamental, veja alguns sinais de alerta:
- Pedidos de dados pessoais ou bancários: nenhum banco, empresa ou órgão público pede senha ou número de cartão por telefone ou mensagem.
- Promessas de ganhos fáceis: heranças inesperadas, sorteios ou prêmios milagrosos são grandes alertas.
- Tom de urgência: golpistas pressionam a vítima para agir rápido e não pensar.
- Erros de português e linguagem artificial: são comuns em mensagens fraudulentas.
- Mudança de comportamento: se o idoso demonstra medo, ansiedade ou tenta esconder informações financeiras, pode estar sendo manipulado.
Ao perceber esses sinais, a melhor atitude é conversar, confirmar informações e nunca agir sozinho.
Na próxima seção, você vai descobrir como fortalecer a segurança no dia a dia e orientar quem você ama.
Como proteger os idosos

A prevenção é o remédio mais eficaz contra qualquer tipo de golpe. E o envolvimento familiar é parte essencial dessa proteção, confira algumas atitudes que fazem toda a diferença:
- Monitore movimentações financeiras com discrição e carinho. Acompanhar extratos e faturas ajuda a detectar anomalias cedo.
- Nunca forneça dados por telefone, e-mail ou WhatsApp. Sempre confirme as informações diretamente com o banco.
- Prefira fazer operações dentro da agência. Evite caixas eletrônicos em locais isolados.
- Desconfie de ofertas muito vantajosas. Golpistas usam o discurso de “benefícios” para conquistar a confiança da vítima.
- Ensine o idoso a encerrar ligações suspeitas. Um simples “vou confirmar com meu gerente” já inibe muitos criminosos.
- Destrua cartões antigos antes de descartá-los, especialmente o chip.
A proteção exige diálogo, paciência e acompanhamento constante. E se, mesmo com todos os cuidados, algo acontecer, ainda há caminhos para reagir rapidamente e reduzir danos.
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O que fazer ao perceber um golpe
Descobrir que um idoso foi vítima de golpe é doloroso, mas a rapidez na resposta pode evitar prejuízos maiores.
- Comunique a polícia imediatamente. Registre boletim de ocorrência — presencialmente ou pela Delegacia Virtual.
- Avise familiares e bloqueie contas ou cartões. O banco pode impedir novas transações.
- Entre em contato com órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e com o Clube do Cidadão, que oferece orientação gratuita.
- Procure atendimento jurídico para tentar reaver valores ou interromper descontos indevidos.
Além das ações práticas, é importante acolher emocionalmente o idoso. Muitos sentem vergonha ou medo de contar o que aconteceu. O apoio familiar ajuda na recuperação e na prevenção de novos golpes.
Informação e diálogo: as melhores defesas
Proteger os idosos é uma responsabilidade compartilhada. A atenção, o diálogo e o acesso à informação são as melhores armas contra a ação de criminosos.
Ao conversar abertamente sobre segurança, reforçar boas práticas e oferecer ajuda sem julgamento, famílias constroem uma rede de confiança e proteção real.
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